"Ai que se me arrepelam as raízes da alma!"
De seguida foi o uso, foi o gastar, foi o fazer habituar. Foi o escolher daquele calçado para a grande caminhada, mesmo que não fosse calçado de caminhada e que a chuva os fosse molhar. Não era importante. É possível andar com sapatos de pano à chuva: basta ter pés. Eram os meus sapatos. Meus.
Aqui voltou a personagem. Mas ela existia numa só cor e eu precisava de tons. Existia num presente e eu precisava do passado desconhecido. Precisava do novo que vem sempre antes do velho. Que o molda. Então tive de a abrir, fazer o primeiro corte e levantar a pele, separar a inexistente gordura do encolher do tempo e cuidadosamente os músculos já cansados se afastaram para eu a ver. O que eu vi...
Foram assim os meus 3 meses nessa aldeia.
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