Onde estavas...?
Há muito tempo que uma peça não me incitava a escrever. Aliás, mais propriamente desde esta que ainda não tinha tido o impulso de ter de falar, ter de tentar escrever qualquer coisa sobre ela, na eterna tentativa de não esquecer as palavras e os sentimentos, sendo que a memória o faz de forma imperdoável e sem sequer pedir autorização... Mas pode ser que haja um texto. Só depois.
Escrevo hoje. Quase meio ano depois da última vez que aqui escrevi. Porque não tinha tido ainda um impulso suficientemente forte para me atirar para a página a negro outra vez. Se calhar tinha, mas se calhar houve outras vontades ou outras barreiras e o tempo foi passando sempre mais rápido, como sempre o faz. Cada vez mais rápido.
Mas ontem entraram pelos meus olhos e pelos meus ouvidos estas palavras.
"A vida é um acaso tão grande que nem devia ser levada a sério."
Palavras que falam do conflito com Deus, de como a sua existência e a nossa insignificância humana dançam neste palco de fantoches, de ilusão, de acasos.
Porque daria Deus a uma mulher que não queria ter filhos, um filho assim? E porque é que o tiraria? Ou foi ela que o tirou? E quem é que "decide" afinal? Qual é o nosso direito sobre a nossa própria vida? Ou sobre a vida que sai de nós? Ou sobre qualquer outra que nos peça para morrer? Não falo sobre as vidas que não nos estão ligadas de forma alguma. Não quero entrar nessa porta agora....
No final o que eu penso - como juíza a quem o papel foi imposto - foi que queria saber mais, mas que mesmo que soubesse mais não ia haver só uma opinião final e conclusiva ou decisiva. Mas aqui no fundo de dentro a que consigo chegar agora, não decidiria pelo 132. Um dos outros certamente - porque Hoje não pode não haver nenhum - mas não o 132.
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