Há qualquer coisa em Portugal que me deixa triste


E MGF foi um estágio privilegiado para o meu contacto com esta realidade que está em toda a minha volta e onde quer que olhe, mas que ainda assim não tem as suas garras ao meu redor. Está aqui, mas ainda não me toca completamente.

Quando tinha 10 ou 11 anos e fui à Feira Popular com a Joana, à Casa Assombrada. Eles disseram que nada nos tocava, mas um dos morcegos de plástico que saltou da parede raspou no meu ombro esquerdo. Chorei. Ela chorou. Estávamos em pânico. Não cumpriram o que nos prometeram. Mas saímos de lá ilesas, afinal não tinha acontecido nada.

Mas daqui a 9 meses (oh a ironia dos "9 meses"...) - quem sabe?
E, como sempre e como cada vez mais, há sempre todo o resto do mundo...

1 comentários:

a ortónima disse...

As palavras desta Joana são duras, cruas, mas muito reais. Escreveu um texto muito forte.
As vivências dela, o que apreendemos diariamente com os doentes que nos rodeiam, a angústia por que passamos enquanto povo, estreita-nos caminhos, rouba-nos escolhas. Ficar significa lutar pelos que cá estão e pelo que é nosso; fazer a diferença, enfrentar o difícil.

O exame é só uma etapa, uma espécie de Adamastor, que afinal é um simples penedo.

Tinha saudades de te encontrar aqui. Benvinda de volta! :)